Agora é oficial: o Brasil quebrou. Dois órgãos do próprio governo finalmente admitiram que não haverá dinheiro para pagar os precatórios em 2027 — e, pior, talvez nem mesmo para honrar despesas correntes ou rolar a dívida pública nos próximos anos.
O Ministro-Chefe do Tribunal de Contas da União declarou, em entrevista à Veja, que a Previdência quebrará em cinco anos. Mas é claro que ele evitou dizer a verdade mais dura: ela já está quebrada.
A conta chegou, e chegou tarde.
Os economistas do governo, por décadas cúmplices do silêncio conveniente, começam agora a admitir o óbvio — aquilo que esconderam por 40 anos, com o apoio servil da velha imprensa.
O prazo se esgotou. O desastre é agora.
E como reagimos? Como sempre: de forma irresponsável. Em vez de provisionar as dívidas previdenciárias futuras, nossos economistas e políticos torraram tudo em programas sociais imediatistas como o Bolsa Família — desviando recursos vitais para comprar popularidade. O dinheiro evaporou.
Pior ainda é o estado de negação coletiva. O setor financeiro, os gestores públicos, a mídia e a população seguem agindo como se o Brasil estivesse nadando em dinheiro. Funcionários públicos exigem reajustes de 78%, como se estivéssemos na Suíça.
Queremos ir de A para B, mas não fazemos a menor ideia do que está acontecendo em A. Ignoramos a realidade fiscal, negamos a insolvência técnica do Estado, e seguimos anestesiados enquanto o país afunda.