sexta-feira, 25 de abril de 2025

Se o Papa acordar vai pensar que está no inferno. Meteram numa comitiva para o funeral do Papa: Janja, Barroso, Dilma, Amorim, Lewandowski, Alcolumbre, Motta e até Renan Calheiros.

 



O funeral do Papa Francisco, realizado no dia 25 de abril de 2025, em Roma, escancarou uma diferença emblemática entre Brasil e Argentina — não apenas no protocolo, mas na maneira como seus líderes tratam o dinheiro público e o decoro.


Enquanto a Argentina, terra natal do Papa, enviou uma comitiva enxuta, formada por apenas sete integrantes liderados pelo presidente Javier Milei, o Brasil, não contente em prestar suas condolências com a dignidade que a ocasião exigia, enviou uma verdadeira procissão diplomática: 19 pessoas, incluindo o presimente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Janja, presidentes dos "Três Poderes", quatro ministros de Estado e uma seleta trupe de parlamentares.


A comitiva tupiniquim cruzou o Atlântico a bordo de uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB), em mais um capítulo da política do “quem puder que banque”. Hospedagens de luxo próximas ao Vaticano completaram o pacote. Não faltou quem sugerisse que, pelo tamanho da representação oficial e pela quantidade de figuras folclóricas a bordo, o evento parecia mais uma celebração de um Papa brasileiro do que uma homenagem a um argentino universal.


A sátira ganhou ainda mais força quando, nas redes sociais e entre colunistas, a delegação brasileira passou a ser apelidada de "Arca de Noé": uma referência tanto ao número de passageiros quanto ao folclore variado dos seus integrantes, vindos de diferentes esferas políticas e, muitos, notórios pelo oportunismo. A associação ganhou tons ainda mais irônicos considerando-se as recentes tragédias das enchentes no Brasil, onde o Estado se mostrou incapaz de mobilizar igual presteza para salvar seus próprios cidadãos.


Na "Arca de Noé" tropical, o dilúvio não era de águas bíblicas, mas de verbas públicas — com animais políticos de todos os tipos embarcados, garantindo que nada faltasse: nem para a aparência, nem para a autopromoção.


Em resumo, o contraste entre a parcimônia argentina e a exuberância brasileira resume mais do que uma diferença de estilo. Expõe duas visões antagônicas sobre o Estado: uma que se esforça para restaurar a responsabilidade e a sobriedade; outra que, em qualquer oportunidade, reproduz a cultura do espetáculo, da gastança e da instrumentalização política. O Papa Francisco era argentino, mas — pela quantidade de autoridades brasileiras presentes — quase foi canonizado como patrimônio nacional.