O Brasil assiste, mais uma vez, à paralisia de um projeto essencial para a pacificação do país: a anistia aos manifestantes do 8 de janeiro. O responsável direto por essa sabotagem institucional atende pelo nome de Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, que nos últimos meses vinha demonstrando simpatia pela proposta — até um certo jantar na residência do ministro Alexandre de Moraes.
Coincidência? Dificilmente.
Fontes do Congresso Nacional afirmam que, após um jantar "reservado" com Moraes, o agora presidente da Câmara mudou completamente sua postura. O parlamentar, que antes articulava para dar celeridade à votação da anistia, passou a adotar uma conduta morna, omissa e conivente com o arrasto da pauta. O encontro foi confirmado, e desde então, Hugo Motta passou a repetir os mesmos discursos do STF sobre "risco à democracia" e "impunidade".
A pergunta que paira no ar é: o que foi tratado nesse jantar? O que fez Hugo Motta, antes aliado da pauta conservadora, virar as costas para milhares de brasileiros injustamente perseguidos?
Para quem acompanha os bastidores de Brasília, não é difícil entender. Motta, até então uma promessa de equilíbrio na condução do Legislativo, parece ter se curvado aos interesses do Judiciário ativista que há anos ignora os limites constitucionais. Sua guinada repentina ecoa como traição para a base que o ajudou a conquistar apoio dentro da própria Casa.
Enquanto isso, os presos políticos seguem esquecidos. Famílias clamam por justiça. E a Câmara, agora sob o comando de um presidente omisso, se cala diante da maior ferida democrática da nossa história recente.
Não é só a anistia que está sendo enterrada. É a esperança de milhões de brasileiros de direita que ainda acreditavam em um mínimo de imparcialidade institucional.
A pergunta que não quer calar: quem manda no Brasil? O povo ou os jantares secretos entre os Três Poderes?