Barroso voltou a repetir que o STF é alvo de "propostas de mudanças legislativas que, na visão da Corte, não são necessárias e não contribuem para a institucionalidade do país". Alexandre de Moraes disse que o debate de ideias não deve ser usado para esconder "insinuações, intimidações e ataques à independência do Poder Judiciário e, principalmente, à independência deste Supremo Tribunal Federal".
O principal discurso, porém, foi o de Gilmar Mendes. Ele disse que "esta corte não haverá de submeter-se ao tacão autoritário, venha de onde vier, ainda que escamoteado pela pseudo-representação de maiorias eventuais (...) estou certo de que os autores dessa empreitada começaram travestidos de estadistas presuntivos e a encerraram melancolicamente como inequívocos pigmeus morais." Disse ainda que ditaduras vêm tanto do Executivo quanto do Legislativo e arrematou: "Essa Casa não é composta por covardes nem medrosos”.
É sim. Um bando de gente poderosa, que diz o que quer porque sabe que tem o poder de calar e acabar com a vida dos outros, com o apoio de seus pares, ofendendo o cidadão brasileiro despudoradamente e sentenciando que sua vontade expressa democraticamente não significa nada - essa é a perfeita definição de canalhas covardes.
A democracia não está perturbada, está morta. Trata-se de ressuscitá-la, não de salvá-la. Um regime como esse que estamos vivendo hoje não pode ser considerado democrático, ao menos não em um sentido liberal.