Para quem ainda tinha dúvidas e achava que era caso para ficar soltando fogos, o presidente da Câmara Hugo Motta reforçou que o Supremo Tribunal Federal conservará o poder de decidir a quais detentos, isto é, presos políticos serão estendidos os benefícios do PL da Dosimetria. Disse também que cassou o mandato de Alexandre Ramagem diretamente a partir da Mesa Diretora, sem levar o caso ao Plenário, para evitar "estresse institucional" com o órgão máximo do Judiciário.
Segundo boatos (apesar da fonte, não duvido de que seja verdade), parlamentares do Centrão pressionaram para que fosse assim para evitarem a própria exposição. Esses fatos reiteram a ampla submissão do Legislativo à juristocracia. A covardia e a "cabeça baixa" do Parlamento são a principal fonte de "legitimação" deste estado de coisas. Essas pessoas simplesmente não estão à altura do momento histórico de combate à tirania.
Diante de todo o descalabro judicial promovido pelo STF, cheguei a uma conclusão: no que tange à saúde jurídica e política da República de 1988, acredito que acabou. A única saída seria uma nova Constituição, começando tudo do zero. Pois não há a menor possibilidade de equilíbrio e normalidade jurídica e política com o atual arranjo normativo vigente no Brasil.
E essa é uma lei universal, conhecida desde os gregos, eles diziam que ao atingirem um nível tão extremo de degeneração, as instituições e os Estados, não conseguem por meio de seus próprios mecanismos, se autocorrigir e retornar a um funcionamento saudável.
Os gregos diziam que todo o organismo morria e deveria ser recriado.
