sábado, 13 de dezembro de 2025

Trump mostrou ao mundo que sem-vergonhas não merecem ser ajudados.

 



Magnitsky pra quê?




O governo dos EUA removeu as sanções da Lei Magnitsky sobre Alexandre de Moraes e sua esposa. O argumento é que as autoridades brasileiras estão dando "passos visíveis" para reverter os abusos cometidos, o que se provaria pela migalha do PL da dosimetria - uma piada, convenhamos. Na prática, Moraes, Lula e companhia saem dessa história toda de peito inflado, podendo bradar aos quatro cantos que "dobraram" o mandatário norte-americano. Obtiveram uma vitória retumbante, com sabor muito amargo para os amantes da liberdade.


É verdade que a sociedade brasileira, mais uma vez, como em tantas outras, fracassou. No momento em que a pressão estrangeira estava no auge - ainda que, mesmo no auge, a Magnitsky nunca tenha sido aplicada com a intensidade devida -, não conseguimos aproveitar para danificar significativamente o sistema autoritário. Essa responsabilidade era nossa. Porém, enquanto, no evento de lançamento do SBT News, Tarcísio de Freitas aplaudia o discurso triunfal de Moraes dizendo que "a verdade prevaleceu" (?), Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo soltavam notas agradecendo a Trump por sua dedicação ao caso brasileiro (??) e Flávio Bolsonaro comemorava a decisão do magnata, que considerou um "gesto pela anistia" (???).


Tudo um monte de bobagem. Desde sempre, defendi o diálogo com os EUA para obter apoio na luta contra o arbítrio (o que não incluía, enfatizo, as tarifas), movimento absolutamente legítimo. Nunca me iludi, porém, em supor que Trump seria generoso e idealista. O objetivo era aproveitar os interesses dele a nosso favor, procurando conciliar as pretensões dos dois lados. Enquanto suas preocupações geopolíticas favoreciam esse curso de ação, ele ajudou. 


Seja o que for que Lula, Joesley Batista e etc…. cederam a ele em troca de mudar de rota, porém, somado às pressões internas que devem ter tido peso na escolha que fez, Trump banalizou a Lei Magnitsky e inventou a figura do "ex-violador de direitos humanos". Isso é de uma cretinice injustificável. Algo tão sério não poderia ser mero objeto de barganha, não importa o que se obtenha em troca. Devemos cuidar de nossas vidas; com relação a Trump, a única atitude lógica é dizer: obrigado por nada.