Hugo Mota é mais do que o presidente da Câmara dos Deputados, é o símbolo do atraso do Brasil comandado pelos donos do poder. A mais recente prova disso é o seu caseiro, Ary Gustavo, nomeado como motorista no gabinete dele desde 2011. No contra-cheque, mais de um milhão de reais pagos por todos nós. Na prática, cuida da fazenda do deputado na Paraíba. Ele nunca trabalhou no Brasil.
O caso fica ainda mais grave com as procurações assinadas por Ary Gustavo em 2011 e 2016, dando poderes a chefe de gabinete de Mota, Ivanadja Veloso, para sacar e movimentar o seu salário. Ela tem o mesmo poder ainda sobre outros oito funcionários, incluindo os servidores que estão lotados hoje no gabinete deles. Esse é o mecanismo que torna políticos como Hugo Mota os donos do seu poder. Uso privado de dinheiro público.
Um servidor que deveria estar trabalhando lá em Brasília no Congresso Nacional, mas que serve na roça do deputado. Documentos e processos trabalhistas comprovam o papel de Ary Gustavo como preposto da fazenda de Hugo Mota, evidenciando desvios de função e uso indevido da verba de gabinete. Enquanto esse escândalo se arrasta, Hugo Mota posa de moralista e tenta suspender o mandato de cinco parlamentares opositores.
É a sua prática acobertar o próprio quintal sujo, enquanto tenta calar quem incomoda. No fim, não é a defesa da ética, mas é um ataque à democracia do Brasil.