terça-feira, 23 de março de 2021

O RISO DO LADRÃO

 



Nem tão cedo para não dar tempo de julgar de novo, nem tão tarde para dar tempo de se candidatar ano que vem, e no momento certo para prescrever os crimes. Não é mesmo para inocentes, e tudo que esse teatro carrega em sua aparência, devido processo legal e aplicação da CF, é apenas o meio para alcançar o fim.


Não deu pra absolver? Anularemos o julgamento. Fosse eu um desavisado indagaria quem era o advogado do réu esbravejando histericamente? Era um juiz parcial, suspeito, conclamando e desrespeitando o voto do seu par!

Mas eu não serei cúmplice desse conto de fadas, não serei escravo dessa contemplação demente da vergonha que assisti,  mas vocês, que aplaudem esse sofismo de Independência do Judiciário, envergonhem-se engolindo sua mediocridade.


E, irresignado mas não vencido, termino citando Zola, que em 1898 já dizia:

>>"Essa verdade, essa justiça que tão ardentemente desejamos, como é triste vê-las assim achincalhadas, ignoradas e obscurecidas!" ... "E assim vemos o vilão triunfar insolentemente da derrota do direito"...


Padece o Tribunal que muda votos, interpreta leis e conduz entendimentos, beijando episcopalmente a mão do réu. E este, antes condenado, torna-se mais imaculado que o Papa, emanando luz, como um santo de vitral. 

Não há o que se faça, pois os reis do Brasil, os partidos políticos, mandam no país, são os reis absolutos, e por comandar os três poderes, estão acima das leis, das vontades e da democracia, outrora prestigiada, hoje vilipendiada, antes exaltada, hoje humilhada,  agonizando em berço esplêndido.