A política pode ser interpretada por meio de suas teorias, desde as mais cínicas até as mais ingênuas, ou pode ser executada a partir de um realismo cru e lógico.
O aspirante a político que tenta aplicar na política real o que aprendeu na política teórica, em breve estará de volta à política teórica para continuar dizendo que sabe tudo da política real.
Teorias e histórias da política servem apenas para comprovar o que qualquer pessoa normal já sabe: a política é previsível a curto prazo, geralmente imprevisível a médio prazo, e totalmente imprevisível a longo prazo.
A curto prazo é fácil "prever" o que vai acontecer. Afinal, se o sujeito já se jogou do vigésimo andar, até um jornalista é capaz de assegurar que ele vai se espatifar no chão nos próximos segundos. Foi assim que muitos "previram" a vitória de Arthur Lira na Câmara, quando toda a vagabundagem esquerdista já chorava lágrimas de sangue.
A análise da política de médio prazo é a arte de ouvir na porta do prédio um burburinho sobre uma tragédia que vai acontecer, e tentar adivinhar o que é e com quem ocorrerá.
E a de longo prazo é ficar na frente do prédio, tendo apenas informações do passado para tentar adivinhar o futuro.
Ninguém foi capaz de prever que um frequentador de sopas de caridade em Viena abalaria o mundo com seu Terceiro Reich.
Ninguém imaginava que nosso país seria governado por um molusco cachaceiro e por uma estocadora de vento; e que em seguida teríamos no mesmo cargo um presidente conservador, corajoso e honesto.
E quem, alguns anos atrás, seria capaz de prever essa fraudemia mundial? Quem teria sido capaz de anunciar que haveria legiões de retardados com máscaras e clamando por vacinas contra um vírus de baixíssima letalidade, enquanto destroem seus próprios meios de subsistência e denunciam vizinhos?
Claro que a imprevisibilidade da política não impede que seus players façam suas jogadas, seus planos, suas apostas e suas vendas promocionais de esperanças e ilusões.