Mais uma vez o Natal, penso no regular e solitário mergulho em mim mesmo. À cata de meus melhores pedaços, memórias, sentimentos. Algo lá dentro que valha a pena, que não esteja quebrado, que não faltem partes, que reluza, que tenha utilidade, que simbolize magia, doçura, encantamento; contrariedades ao que vejo, ao que sinto fora do baú. Cacaria, criancices, tolices, ingenuidades, mágoas, sementes que não reconheço de quê. De tudo um pouco lá encontro.
Assim, como um velho e saudoso baú, me remexo as entranhas, me reviro, me torço, como se atacado de sarna incurável, ziquezira esquisita e enfadonha. Não me acho. Não sei se me acharei jamais. Não sei se de pedaços se monta um sujeito completo... e tão estranho. Mas eu tento, tentarei de novo, e no próximo ano também.
Um dia talvez eu ache o que procuro. Talvez um dia eu saiba o que procuro. Nesse dia o Natal será mais alegre. Igualzinho ao que te desejo esse ano. Feliz mexida no baú!
Feliz Natal!!!
