O prefeito de São Mamede, Francisco das Chagas, conhecido como Chaguinha, enfrenta uma das situações mais difíceis já registradas na administração pública do município. Desde que assumiu a prefeitura, tem lidado com sérias dificuldades financeiras herdadas da gestão anterior, do ex-prefeito Humberto Jefferson, afastado e preso por suspeitas de corrupção investigadas na Operação "Festa do Terreiro", conduzida pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
A situação atual é considerada crítica: os custos da folha de pagamento de servidores efetivos e contratados se aproximam de R$ 2,5 milhões mensais, valor quase equivalente à soma dos repasses do FPM, ICMS e outras receitas regulares. Apenas a manutenção desse quadro funcional já compromete a totalidade dos recursos disponíveis da prefeitura.
O hospital municipal chegou a ter suas atividades paralisadas por falta de verba, e há risco real de demissões em massa — estimadas em até 400 servidores — para que o município possa manter serviços essenciais em funcionamento. Os programas sociais criados na gestão passada, que dependiam de royalties, se tornaram insustentáveis após o uso indiscriminado desses recursos sem planejamento de continuidade.
Segundo fontes próximas ao governo municipal, Chaguinha tem feito esforços para honrar os compromissos básicos do município, priorizando o pagamento dos servidores. No entanto, diante da gravidade da crise, medidas duras e impopulares podem se tornar inevitáveis.
Enquanto o atual gestor evita expor publicamente todos os detalhes da situação herdada, o ex-prefeito Humberto Jefferson nega qualquer responsabilidade e, em tom irônico, chegou a declarar: "Se não tiver competência, renuncie".
O fato é que São Mamede vive um momento delicado, fruto de uma gestão passada que, além de acumular denúncias e investigações, deixou um passivo financeiro difícil de contornar. A população precisa estar ciente da realidade para compreender possíveis cortes e reestruturações que o prefeito Chaguinha poderá ser forçado a adotar nos próximos meses.
A chamada “herança maldita” agora pesa sobre os ombros de uma nova gestão que tenta evitar o colapso administrativo de um município praticamente ingovernável nas condições atuais.