domingo, 14 de junho de 2020

SUPER-MINISTRO EM AÇÃO ...


Leio que o STF/TSE irão julgar o pedido de cassação da chapa Bolsonaro/Mourão.
O que prever? O que esperar? Já concluo que acima destas respostas, ou melhor, por trás das imaculadas intenções há reminiscências, há articulações impublicáveis.

O simples fato do pedido de cassação ir à mesa de julgamento descortina um viés já batido, que inverte a lógica de levar os fatos e receber o direito, mas agora busca-se o direito emoldurando os fatos necessários.

Pois então, o que antes era algo encantado, intocável, tornou-se real: o Supremo virou conversa de bar, uma realidade quase ficcional. Palpita-se sobre os Ministros tal qual se falava sobre os gols da rodada, e por entre porções de batata-frita ouço que os crimes da chapa Bolsonaro/Mourão são graves, “gravíssimos”, enfatiza o garçom. 

Não questiono, reduzo o profundo debate invocando a ampla defesa, “Deve ser apurado!”.  E convenhamos, não cabe nenhum sofisma, nenhuma dúvida, se há um êxito no governo, foi vencer a eleição lisamente, isto é um fato irreversível, a presidência foi ganha na urna, por entre coices e facadas é verdade, tão verdade que o vencido residia desenganado no hospital e seu rival desfilava nos palanques do país. 

Mas há quem duvide, quem questione, negue, faça boquinha de nojo diante da verdade, para alguns, inescrupulosa, mas é uma verdade cristalina, que deu uma nova dimensão à política brasileira, e dentro desta nova realidade busca-se um guardião dos velhos costumes destes caciques do foro privilegiado, hoje impotentes no legislativo, limitados a rosnar nas redes sociais, mas sabem comungar seus interesses com o Supremo, que se presta ao vil papel de justiceiro.

Mas vou prosseguir, como eu dizia, na hora do aperto, os derrotados na eleição ajoelham e clamam, e transformam a espada da justiça na vara da coerção, exumando as têmporas grisalhas do STF para reequilibrar as forças do sistema fracassado, que revestem-se nas víboras da frustração que se organizam contra o sucesso, na esteira do que Machado dizia – “suporta-se com muita paciência a cólica alheia, o que não se suporta é o êxito alheio”.

Mas reparem que a reação não é pontual, efêmera ou ocasional, de um Ministro, não, ela vem sistematizada, organizada, nossos Ministros ferem a Lei da Magistratura diariamente, travestidos de comentaristas políticos, miram seus verbos às ações do Executivo, inclusive sobre fatos que os próprios investigam, numa frequência quase diária, em rodízio de pessoas, mas não de opinião.

Fica parecendo que a Corte Suprema precisa prestar conta de suas opiniões, de sua coragem, do enfrentamento ao Executivo, mas a prestação de contas não é para o povo, por que quanto ao povo eles dão de ombros, mas à um líder ou um Ente superior que apenas eles identificam, e como uma freira de convento, baixam a vista quando enxergam.