sábado, 18 de abril de 2020

CANALHAvírus.....


Diante das lentes e microfones só enxergo a temeridade do seu olhar inquieto e a voz que não muda o tom, de frases curtas e carregadas de arestas. Amparado em uma lei eleitoral criminosa, elaborada por quem dela se aproveita, que o alavancou ao cargo máximo da Câmara dos Deputados, sua carreira política escorou-se na sombra do pai, e fortificou-se somente nos corredores de Brasília.

Eu poderia até evocar os inquéritos esquecidos nas gavetas do Supremo, mas nem isso o impede de afrontar o Executivo, adjetivando o Presidente de covarde, sob o silêncio autorizador da imprensa, da opinião pública e de todos outros políticos.

Sim, de seus atos deviam emanar luzes, mas o ambiente ao seu redor é de trevas, e executa com louvor a função pelo qual lhe cabe: instabilizar a Nação e proteger os partidos, erguendo num altar os conchavos de todas as ordens, com suas presas agarradas ao Fundão Eleitoral.
Neste terreno, aí sim, é outra pessoa, é o sábio respirando sereno na atmosfera de problemas. 

O ambiente político-partidário lhe nutre uma confiança e gratidão alicerçadas na lama já endurecida pelo intenso tráfego de interesses, cujas negociatas assumem o caráter regular de um negócio lícito, de absoluta normalidade apenas aparente.

Todo seu agir é comprometido por motivos sombrios, visando proteger interesses políticos em primeiro lugar, usando a ‘democracia’ como escudo, mas em seu íntimo ele sabe que basta um resvalo para que o abismo abra aos seus pés o destino fúnebre de sua carreira política.