quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

RESPEITEM O LOBO...


Quando reclamam da aspereza do meu linguajar, nessa afetação de pequeno-burguês com uma suposta etiqueta linguística, lembro de uma passagem do caríssimo e extraordinário Chesterton: 
"Como se não fosse de conhecimento geral que, enquanto os santos podem permitir-se ficar sujos, aos sedutores a limpeza é fundamental. Como se não fosse de conhecimento geral que a prostituta tem de estar limpa, porque seu trabalho é atrair, enquanto a boa esposa pode estar suja, porque seu trabalho é limpar."

Passo longe de ser um santo, e muito menos tenho a pretensão de ser uma divina matriarca cuidando do lar, contudo, permito-me sujar com termos e palavras rudes, cuja força moral sacuda um pouco de verdade em cima de uma sociedade suja de mentiras. 

Nunca pretendi ser um gentleman inglês, polido, amistosamente afetado, enfadonho, complacente com animais, amante de plantas, mas completamente ausente de coragem moral para, como diria Eliot, "ser capaz de inervar o instante e perturbar o universo com uma suprema indagação". Não!!! Abdiquei de toda a polidez para ter coragem de me sujar na busca da sublime verdade!